edição #27: as coisas nunca mais serão as mesmas
edição 27 • na minha cabeça faz sentido • maio de 2024
A gente sabe que as coisas mudam. O tempo inteiro. Somos feitas de mudanças, fases, memórias, versões de nós mesmas que nunca mais existirão. Então por que temos tanta dificuldade em aceitar que a vida nunca mais será como antes?
Depois de um tempo off, vivendo as mudanças da vida e da rotina, o incômodo nos fez voltar a escrever. Esse tema foi escolhido em meados de fevereiro e cada uma escreveu seu texto em um mês diferente enquanto observávamos o tempo correr, até nos sentirmos prontas para finalmente apertar "Enviar" de novo. E aqui estamos nós, finalmente. ♥️
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Por Marina Moregula
Uma das coisas em que mais tenho prestado atenção na rotina, nos últimos meses, é no tempo diário que gasto nas redes sociais. Mas este não é mais um texto sobre esse tema, graças à deusa. Eu só queria começar comentando que, no meio de tanto conteúdo na timeline que acaba sendo, em sua maioria, bastante esquecível pra mim, tem sido uma delícia acompanhar os posts do perfil da Tamara Klink.
Não é a própria Tamara, escritora e velejadora, que publica os textos, fotos e vídeos na sua página no Instagram. Isso porque ela está, desde outubro do ano passado, se não me engano, numa viagem, sozinha, a bordo de seu veleiro, o Sardinha 2, na Baía de Disko, na Groenlândia. Por lá, é inverno nessa parte do ano. O mar congela, fazendo com que o Sardinha fique preso no gelo a maior parte do tempo da viagem. E a Tamara fica por lá, sozinha, sem acesso fácil e frequente à internet, enviando materiais pra equipe dela publicar nas redes de vez em quando.
A maioria dos vídeos no perfil da Tamara foi gravada lá no início da viagem. Ela já deixou pronta uma série de “mensagens na garrafa”, para serem ouvidas ao longo dos meses seguintes. Meio parecido com aquilo que a Manu Gavassi fez antes de entrar no BBB, sabe? Mas, no caso da Tamara, eu achei um movimento ainda mais ousado, porque nas mensagens, ela tenta prever um pouquinho do que estaria acontecendo com ela nos meses futuros da sua invernagem no meio do gelo do Ártico.
Parece o tipo de situação que é impossível de prever. Mesmo a Tamara já tendo feito viagens longas em solitário antes, acho que esse tipo de experiência é algo único demais na vida de alguém. Não dá pra saber o que vai acontecer lá. Outro dia, vi no Instagram também um poema que gostei bastante dizendo que “tomar decisões é a melhor forma de prever o futuro”. Tenho certeza que a Tamara tomou uma série de decisões na hora de organizar a sua invernagem. Esse planejamento faz com que seja mais fácil imaginar como será cada mês no meio do gelo.
Só que, mesmo com todo o cuidado e antecipação do mundo, a gente só sabe como é a sensação de passar por uma experiência enquanto está realmente passando por ela. Só sabemos quais as partes boas e ruins, os desafios, os choros e celebrações quando elas deixam de ser uma possibilidade e passam a ser o nosso agora. E, por isso mesmo, acho que fica muito difícil ter um vislumbre que seja da pessoa que seremos depois de atravessar essa experiência.
A Tamara não vai voltar a mesma pessoa desta viagem, assim como voltou outra pessoa de cada uma das viagens que fez antes também. Meus momentos favoritos dos vídeos publicados são quando ela fala de alguma expectativa para quando a viagem acabar e voltar para o mundo dos humanos outra vez. Juro que dá pra ver um brilho de incerteza no olhar desviando da câmera. Não parece que é um lampejo feito de medo, parece mais uma empolgação por esse momento futuro ser um completo mistério. Por todas as possibilidades que ela nem tem como imaginar. Como será reencontrar a família, pisar em terra firme, não sentir frio o tempo todo? Sentar num restaurante, variar o cardápio, tomar banho numa banheira, dormir em casa? E quem vai ser a nova Tamara que vai viver isso tudo?
Gosto de acompanhar a jornada da Tamara porque acho que é assim que eu gostaria de encarar todas as coisas que não me aconteceram ainda. Em uma semana, um mês, um ano, dez anos, não serei a mesma pessoa que acordei hoje. Nada pode continuar sendo da mesma forma que é para mim agora. Mas não quero ter medo. Acho que prefiro o entusiasmo de saber que ainda tenho páginas em branco, portas abertas, espaços vazios para preencher com sabe-se lá o que eu ainda vou ser capaz de inventar.
Marina é grata pelo fato de que nada pode ser como era antes, porque ela enjoa das coisas rápido demais.
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Por Laura Brand
No dia 10 de janeiro desse ano vi morrer a criatura que chamei de amor da minha vida desde o primeiro instante em que nossos olhares se cruzaram.
Oliver era o primeiro nome que eu apresentava pra qualquer pessoa que quisesse me conhecer. Arrisco dizer que foi Oliver quem derrubou de vez as barreiras que separavam o amor que eu sentia por humanos e outros animais. Por muita coisa, pra falar a verdade. Ele sempre foi muito mais que tanta coisa…
Até hoje, enquanto consigo escrever apenas alguns parágrafos sobre Oliver (de um texto que eu jurei que não seria sobre Oliver), enxugo as lágrimas me perguntando como é possível um gatinho preto que nem caminha mais sobre essa Terra causar tanta dor? Acho que da mesma forma que eu me perguntava, com ele no colo, como era possível amar tanto um outro ser vivo. Ele morreu há mais de quatro meses, mas ainda sinto como se morresse todos os dias quando suas ausências me pegam desprevenida.
Eu sempre soube que Oliver não ficaria aqui pra sempre. Da mesma maneira que sei que absolutamente tudo ao meu redor, de pessoas a coisas, de sentimentos a momentos, irão acabar. Então, por que insistimos em tentar barganhar com a vida? Todos os dias fazemos barganhas com o universo na tentativa de manter as coisas como são. Quem já perdeu algo ou alguém sabe muito bem o que é pedir mais cinco minutos, pedir de volta, pedir que fique, pedir que nada mude, pedir que as coisas voltem a ser como antes porque antes não existia a dor de agora, ou simplesmente porque antes era mais gostoso que hoje.
Quando comecei a escrever esse texto só tinha uma certeza: esse não seria um texto sobre luto. Só que é, não tinha como não ser. Afinal o que é o luto se não o maior dos sofrimentos pelo “nunca mais”? O que é a vida se não uma sucessão de lutos por tudo aquilo que foi e nunca mais será igual?
Em meio ao luto, tenho observado – às vezes com certo distanciamento, outras vezes ainda tentando me distanciar – a perfeita impermanência da vida. Nos últimos tempos me vi em uma encruzilhada que, por alguns dias, me levou direto para um luto que poderia se tornar realidade. Vi dissolver a amizade que sempre jurei, na inocência de quem joga truco com o destino, que jamais acabaria. Vi laços familiares se esticando e afrouxando de formas que nunca pensei. Vi relações sempre tão sólidas de repente se tornando fluidas. Vi o momento profissional com o qual eu sonhava se tornar, mais uma vez, desconfortável e exaustivo só para vê-lo se tornar mágico de novo. O mesmo lugar pelo qual uma Laura anterior escreveu nessa mesma news que desejava muito estar. Vi nosso mundo e seus líderes tomando decisões desesperadoras e seguindo rumos dos quais não é possível retornar. Em meio ao turbilhão de pequenas e enormes mudanças guiadas pelo tiquetaquear de um relógio invisível, o instintivo é querer parar, rebobinar, pedir pra sair.
Percebi que ultimamente tenho mergulhado cada vez mais nas romantasias. Foram os romances e as romantasias que me transformaram na leitora e, gosto de acreditar, na pessoa que sou hoje, mas percebi que mais do que conforto, nesse momento eles se tornaram um escape. Essas histórias maravilhosas, com grandes construções de mundo, personagens com as quais me identifico – não porque retratam quem sou, mas quem eu gostaria de ser – estão se tornando um refúgio diário e cada vez mais presente. Em uma noite sufocada pela angústia, abri um desses livros e pedi, em voz alta, “me tira daqui”. Questionei a mim mesma para onde estava querendo fugir.
Numa busca incessante para encontrar alguma parte de mim que talvez satisfaça a Laura do presente, percebi que é a vontade de ter algum controle e, ao mesmo tempo, abdicar conscientemente dele, que me leva ali todos os dias. Enquanto estiver ali, o controle não é meu, ao mesmo tempo em que nada vai mudar enquanto não virar a página. É permanente. Só que não.
Às vezes acho que vivemos em um grande castelo de areia. Mesmo que você tenha o mesmo molde, o mesmo talento para refazê-lo de novo e de novo, ele nunca mais será o mesmo. Provavelmente cada grão vai ocupar um lugar diferente; alguns serão levados pelo vento, outros ficarão debaixo das unhas, outros serão sugados de volta pela maré, outros, algum dia, poderão se tornar o vidro de um porta-retrato cuja memória algum dia vamos querer de volta. O castelo nunca mais será o mesmo. Ele vira… outra coisa.
Oliver se tornou a dor que continua me obrigando a respirar fundo, se tornou o puro amor que continua a pulsar, se tornou memórias e histórias que faço questão de reviver sozinha ou com os outros, se tornou raiz das novas plantas que de repente brotaram no jardim onde o devolvi para a Mãe. Ele nunca mais será o mesmo. Eu nunca mais vou ser a mesma.
A própria lembrança de quem sou um dia ficará restrita a registros e documentos em algum arquivo que pode – ou não – ser encontrado por alguém no futuro. E daqui algumas décadas, séculos, milênios, talvez nada mais esteja aqui. De qualquer forma nada nunca será igual.
Só que, arrisco dizer e entender que as coisas nunca mais serão as mesmas talvez seja entender tudo isso aqui. Na mesma noite em que, aos prantos, pedi pra ser levada por uma história, uma vozinha na minha cabeça me lembrou que, depois de um tempo, eu superaria aquela angústia, e não seria a mesma pessoa sofrendo. Talvez esteja aí o segredo da própria vida. Oliver se tornou outra coisa. E é essa coisa que, mesmo em meio ao luto, me faz ver a vida por sua beleza. Sua impermanência é o que nos move como seres vivos. Mudar está codificado no nosso DNA.
Se nada mudasse você não estaria lendo este e-mail – porque o provedor anterior não permitiria que enviássemos essa news –, as mulheres não teriam conquistado o direito ao voto, não seria possível sobreviver depois do calor que está fazendo mesmo no outono, o primeiro átomo de oxigênio nunca teria desencadeado toda a vida na Terra.
Acredito que as melhores coisas das nossas vidas nunca teriam existido se a gente quisesse que alguma versão anterior fosse sempre a mesma. Ao mesmo tempo em que sinto rasgar a carne do peito quando penso que nunca mais entrarei em casa e serei recebida pelo miado do gato que salvou minha vida, parte de mim se alivia ao saber que nada nunca mais será igual, inclusive essa dor que ainda me dilacera.
As coisas mudam. Cada átomo que se agita, cada folha que agora cai recebendo o outono, cada distância imensurável que o universo conquista enquanto se expande é a prova de que a natureza das coisas é fluir. A vida continua. Porque é a natureza dela continuar.
Se nada mudasse Oliver ainda estaria aqui. Ou talvez Oliver nunca tivesse sequer cruzado meu caminho. E a única dor pior do que a de perdê-lo seria a de nunca poder tê-lo conhecido.
Então a gente continua e segue mudando.
Laura viveu diversos lutos enquanto escrevia esse texto, incluindo o clichê das versões de si que já não existem mais e nunca poderão existir. Se enluta pelas perdas imensuráveis da vida, pelas coisas que queria ter dito e nunca conseguiu, pela versão de si que em algum momento poderia ter se tornado algo lindo, pela sensação de ler um livro favorito pela primeira vez, pelo maravilhoso último pedaço de pizza. Torce para que a vida mude, sim, mas que seja gentil durante o processo, e vai continuar imersa em suas romantasias favoritas até que seja seguro sair de novo. (Laura está no Instagram / Twitter / TikTok / Twitch)
Por Giulia Staar
Eu encaro meu reflexo no espelho enquanto passo rímel. Reparo que meus olhos estão vermelhos, meu coração bate acelerado, meu celular está aberto em cima da bancada de granito branca – que tem manchas de pasta de dente do dia anterior –, nele há uma foto minha sorridente, com o sol iluminando meus cabelos loiros, vestindo um short branco com estampa de palmeiras e uma blusa de alcinha verde que herdei da minha mãe.
Eu não olho para a lente da câmera, olho para trás dela. Encaro o meu namorado que batia a foto em cima de uma pedra. Consigo ver os respingos de água na tela do telefone. Atrás de mim, uma quantidade enorme de partículas de H2O caem em conjunto, aglomeradas no que chamam de cachoeira.
Eu amo essa foto. Mas, ao mesmo tempo, a lembrança de quem eu já fui me entristece. Daí vem o olho vermelho. Eu chorei. Estou no banheiro do meu namorado, com vergonha de ao menos ter experimentado esse pensamento bobo e ridículo: as coisas não são mais como antes e nunca serão.
Castelos de areia
Eu sou grandinha o suficiente para saber que, fisicamente falando, a tendência do mundo é de sempre aumentar sua desorganização e não o contrário. Por isso, um conceito bastante utilizado para definir a passagem do tempo é a entropia.
Na escola, meu professor explicou o tempo uma vez da seguinte forma: “Galera, imaginem um castelo de areia. Ele pode facilmente ser destruído aleatoriamente, pois o vento fará o trabalho sujo, certo? Porém, acho que posso afirmar que é praticamente impossível que o vento faça grãos de areia se organizarem em um castelo.”
Ele quis dizer que só somos capazes de perceber a passagem do tempo por meio da desordem. E a foto que eu encaro é meu castelo de areia.
Perdida no tempo e espaço
É estranho quando parte da gente vira só memória. Essa sou eu e ao mesmo tempo não sou. Me sinto num limbo, perdida no tempo e espaço. Essa foto é um registro singelo de quem eu fui.
Estou presa nesse banheiro porque sinto falta de mim mesma, ou de quem achava que era e não sou mais. E isso me angustia tanto! Pois minha versão daquela foto parece mais feliz, com toda certeza mais magra e com menos problemas. Na minha cabeça, eu tinha mais tempo livre, ria o tempo todo à toa, escrevia para essa news e era um poço de criatividade.
Eu tinha partes livres inexploradas no cérebro, tinha sede de beber o mundo, metas anuais em um caderninho e muita esperança. Eu não tinha câncer ainda. Sei que não, pois os médicos disseram que tudo aconteceu muito rápido e essa foto é de 2021. Na época dela, nunca havia pensado sequer uma vez na vida que poderia ficar doente dessa forma, tão jovem.
Esse tipo de coisa, não sei, quebra alguma coisa dentro da gente. Destrói alguns bons castelos de área. O tempo corre. Nada mais importa, nada mais é relevante. Por sua energia inteiramente em apenas uma coisa deveria ser mais fácil. Eu só quero a cura. Quero ficar bem.
Quando tive minha primeira sessão de radioterapia, o médico me explicou que minha mama nunca mais seria a mesma. Ele esqueceu de comentar que eu também não. E me assusta tanto viver o resto da minha vida a sombra do meu câncer. Por isso, choro enquanto olho para o espelho.
Por isso, fiquei um ano inteirinho sem escrever nada aqui. O medo me paralisou um pouco, até nas coisas que eu mais amava fazer. Porque eu não aprendi a pensar em outras coisas que não fosse ficar bem. E, com isso, acabei me jogando em um looping com uma proposta as avessas.
Eu me odeio nessa foto, porque sinto que nunca mais vou voltar a me sentir assim. Sorrindo sem nenhum pensamento intrusivo em uma cachoeira. Sem medo de terminar os cinco anos de tratamento e os médicos falarem que preciso fazer mais cinco. De ter câncer de novo daqui há dez anos. De morrer antes do que todo mundo sequer começar a se preocupar com a morte.
Odeio também precisar usar meu tempo livre agora para ir em médicos, e não posso mais comer porcaria nenhuma que ganho 5kg. Odeio que, nessa foto, meu intestino funcionava que uma beleza, e não precisava me entupir de probiótico, e às vezes até apelar para chá de sene.
Mas, me encaro de novo no espelho, vejo o tempo estampado ali. Sei que nada será como antes, e talvez isso seja bom. Significa que, talvez, eu não me sinta assim para sempre. Que minha terapeuta fala que é uma fase por um motivo. Que o Breno, meu namorado, reforce que é um tratamento de altos e baixos por outro.
Nunca mais serei a garota da foto, provavelmente, também não serei por muito tempo a garota no espelho. Mas acho que posso tentar fazer igualzinho as pessoas que eu amo, e acolher cada uma delas vivendo um dia de cada vez. Deixando de lado parte da minha rixa inevitável com o tempo, pois é também graças a ele que estou viva.
A Giulia que escreve essa minibio não é mais a Giulia que escreveu esse texto. Agora ela se encontra com vergonha e talvez ache ele, secretamente, um pouquinho cringe. Bom, a sorte dela é que as coisas não são mais como antes e nunca serão.
Indicações nada aleatórias e muito bem preparadas para continuar a conversa
Para ler
→ Já que mencionei romantasias, não poderia deixar de indicar uma das últimas que me acolheu e me fez panfletar para todo mundo. Quarta asa é uma romantasia com dragões, uma protagonista que precisa mudar se quiser sobreviver e um mocinho com caráter duvidoso, do jeito que a gente gosta. – Laura
→ Um dos melhores livros que li esse ano até o momento foi o da Tamara Klink: Nós, o Atlântico em solitário. Se você ficou com vontade de conhecer mais um pouquinho de todas as mudanças pelas quais uma pessoa pode passar ao velejar sozinha durante longos períodos, vai gostar de ler esse diário da travessia que ela fez do Oceano Atlântico. - Marina
→ Tenho amado ler livros que me fazem ficar acordada de madrugada até esquecer quem eu sou, então não poderia deixar de indicar o livro Quarta asa da Rebecca Yarros. Essa fantasia de cavaleiros de dragões me salvou de várias maneiras do meu cérebro, atualmente, meio depressivo. – Giulia
→ Recentemente também li A natureza da mordida da Carla Madeira. O livro fala, acima de tudo, sobre amizade. Sobre aquelas que nos arrebatam, sobre as que esfriam, sobre as que duram uma vida e sobre as que acabam. Também é um livro sobre morte, sobre coisas que acabam e o que fica com a gente. – Laura
→ Você gosta de romances que parecem inofensivos, mas adentram em sua pele e te ensinam coisas que você quer levar para vida? Leia Emily Henry. Qualquer livro serve. Mas os dois últimos que eu li especialmente adorei: Lugar feliz e Nem te conto. – Giulia
Para ouvir
→ Difícil falar de mim nos últimos tempos sem mencionar o The Tortured Poets Department. A cada dia esse álbum tem mexido um pouco mais comigo, é até difícil explicar o porquê, e nem sei se quero. Então vou apenas sugerir que, se não quiser ouvir o álbum inteiro, que ouça: Who's Afraid of Little Old Me, I Can Do It With a Broken Heart, How Did It End, I Hate It Here e The Prophecy, que conversam com meu texto desta edição. – Laura
→ Recentemente eu voltei a ouvir uma playlist que criei uns cinco anos atrás de R&B e hip-hop dos anos 2000. Nem sei por que estou indicando isso aqui, nem faz parte da pauta, mas fiquei inspirada após ouvir o NPR sensacional do Ne-yo e embarquei nessa nostalgia. Clica aqui para ouvir a playlist! – Giulia
→ Mudar também envolve assumir mudanças e não sentir vergonha delas. Recomendo um dos últimos episódios do gostosas também choram, em que a Lela Brandão questionou se mudar de opinião é ser hipócrita. – Laura
→ Taylor Swift lançou uns três álbuns diferentes – contando regravações, é claro – desde a última vez que escrevi para essa news, mas me apaguei especialmente ao The Tortured Poets Department. Vale a pena escutar e prestar bastante atenção na música Who is Afraid of the Little Old Me. – Giulia
→ A música Everybody Dies, da Billie Eilish, tinha passado por mim, mas talvez não fosse o momento certo. Ouvi, mas não me atentei. Depois de revisar meu texto, Lorena, nossa amiga, a colocou de volta na minha vida e ela fez tanto sentido que doeu. Assim como All Things End, do Hozier. - Laura
Os textos dessa edição foram gentilmente revisados pela Lorena Camilo. Ela diz que é fã da nossa news, mas nós que somos fãs dela. Já salva as redes dela aí para quando você precisar de uma revisora excelente no futuro: 🔗 LinkedIn • X • VSCO
Lorena esteve bastante reflexiva com a aproximação dos 30 anos e sobre como já não é muitas das versões que já foi. Seu corpo, cabelo, paladar, sensações, opiniões, desejos, ambições, perspectivas, faltas, vazios, atravessamentos, entre tantas outras coisas, mudaram. Viveu diversos lutos e esteve várias vezes perdida no tempo e no espaço. Entre tantas dúvidas que possui, tem poucas certezas, e uma que você pode ficar sabendo é: a possibilidade de que o que sente por esse projeto e por suas autoras mude é mínima, e está muito feliz por esta news ter chegado na sua caixa de entrada.
Muito obrigada por ter conferido nossa news até o final. Preparamos com muito carinho e estamos felizes demais com o tanto que esse projeto está transformando a gente e vocês também.
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Vamos juntas*,
*Pessoas de todos os gêneros (binários ou não) são mais que bem-vindas a acompanhar a news. Mas nós escolhemos nos referir a pessoa que está lendo pelo gênero feminino. Na língua portuguesa, o plural masculino pode conter pessoas de outros gêneros. Então, no nosso espaço, decidimos que o feminino também pode. Se nos acostumamos a estarmos contidas no masculino, também podemos aceitar estarmos contidas no feminino.
Bom demais! Palavras e frases tocantes. Mandei pra mulher que adoro, possivelmente amo, pois penso nela volta e meia com ternura. Nem lembrava que era inscrito nessa newsletter e reconheci um dos depoimentos pois sigo a Laura no Instagram.
Apego e controle estão implícitos nesse texto(longo, pois nós jovens imersos no turbilhão de informações constantes temos cada vez menos tempo e dedicação e capacidade de foco) e o li parcamente alcoolizado, então talvez por isso me tenha prendido sentimentalmente falando. Li e compartilhei, pois fez a diferença em minha vida nesse momento, nesse estado, diferente do que eu era há 5 minutos atrás.